17 de maio de 2008

Merece um post

Li este texto neste blog e não resisti a colocá-lo aqui.


A etiqueta da infertilidade:

Por Vita Alligood

Existem boas chances de que você conheça alguém que está lutando com a infertilidade. Mais de 5 milhões de pessoas em idade fértil nos Estados Unidos estão passando por infertilidade. Ainda assim, como sociedade, estamos lamentavelmente mal informados sobre como dar o melhor apoio emocional para as pessoas que amamos neste período difícil. A infertilidade é, realmente, uma luta muito dolorida. A dor é parecida com o luto por perder um ente querido, mas é única porque é um luto recorrente. Quando um ente querido morre, ele não vai voltar. Não há esperança de que ele irá voltar dos mortos. Você deve passar por todos os estágios do luto, aceitar que nunca mais verá essa pessoa novamente, e seguir em frente com sua vida. O luto da infertilidade não é tão metódico. As pessoas inférteis ficam de luto pela perda de um bebê que eles podem nunca chegar a conhecer. Elas ficam de luto pela perda de um bebê que teria o nariz da mamãe e os olhos do papai. Mas a cada mês, há a esperança de que talvez este bebê tenha sido concebido finalmente. Não importa o quanto eles tentem se preparar para más notícias, eles ainda esperam que este mês seja diferente. Então, as más notícias chegam novamente, e o luto cobre o casal infértil mais uma vez. Este processo acontece mês após mês, ano após ano. É como ter um corte profundo que se abre novamente justo quando começava a cicatrizar. Quando o casal decide seguir em frente com os tratamentos para infertilidade, a dor aumenta enquanto a conta bancária diminui. A maioria dos tratamentos para infertilidade envolve o uso de hormônios, que alteram o humor da usuária (meu marido lhe dirá que o efeito colateral é insanidade!) Os testes são invasivos e envergonham os parceiros, e você sente que o médico assumiu o controle do seu quarto. E para todo este desconforto, você paga muito dinheiro. Os tratamentos para infertilidade são caros, e a maioria das empresas de seguro não cobre os custos. Então, além da dor de não conceber um bebê a cada mês, o casal tem que pagar algo em torno de $300 chegando até números de 5 dígitos, dependendo do tratamento utilizado. Um casal eventualmente resolverá o problema da infertilidade de alguma destas três maneiras:·
Eles eventualmente conceberão um bebê.
Eles vão parar com os tratamentos de infertilidade e decidir viver uma vida sem filhos.
Eles encontrarão uma alternativa para ser pais, como a adoção.
Chegar a uma solução pode levar anos, então seu casal de amigos amado precisará de seu apoio emocional durante esta jornada. A maioria das pessoas não sabe o que dizer e por isso acaba dizendo a coisa errada, que apenas torna a jornada ainda mais difícil para seus entes queridos. Saber o que não dizer já é metade da batalha ganha para dar apoio. Não diga a eles para relaxar. Todo mundo conhece alguém que teve problemas para engravidar, mas que finalmente conseguiu logo que ela “relaxou”. Casais que conseguem engravidar após alguns meses de “relaxamento” não são inférteis. Por definição, um casal não é diagnosticado como infértil até que tenha tentado sem sucesso engravidar por um ano completo. Na verdade, a maioria dos especialistas nem mesmo tratará de um casal por infertilidade antes que eles tenham tentado engravidar por um ano. Este ano é para excluir as pessoas que não são inférteis, mas apenas precisam “relaxar”. Os que sobram são verdadeiramente inférteis. Comentários como “apenas relaxe” ou “por que vocês não fazem um cruzeiro” criam ainda mais stress para o casal infértil, especialmente para a mulher. Ela sente que está fazendo alguma coisa errada, quando, na verdade, há uma boa chance de que haja um problema físico que a esteja impedindo de engravidar. Estes comentários podem chegar a ponto do absurdo. Como casal, eu e meu marido passamos por duas cirurgias, numerosas inseminações, tratamentos hormonais, e quatro anos de médicos nos apertando e cutucando. Ainda assim, as pessoas continuavam a dizer coisas como, “se você apenas relaxasse durante um cruzeiro...” A infertilidade é um problema médico diagnosticável que deve ser tratado por um médico, e mesmo com o tratamento, muitos casais NUNCA conseguiram conceber uma criança. Apenas “relaxar” não cura a infertilidade. Não minimize o problema. A falha em conceber um bebê é uma jornada muito dolorosa. Os casais inférteis estão cercados de famílias com crianças. Estes casais vêem seus amigos terem dois ou três filhos, e vêem estas crianças crescerem enquanto voltam para o silêncio de suas casas. Estes casais vêem toda a alegria que uma criança traz para a vida de uma pessoa, e sentem o vazio de não serem capazes de experimentar a mesma alegria. Comentários do tipo, "aproveite que você pode dormir até tarde... viajar... etc.” não oferecem conforto. Ao contrário, estes comentários fazem com que o casal infértil se sinta como se você estivesse minimizando a dor deles. Você não diria a alguém cujo pai acabou de morrer que ele deveria ficar feliz, pois não vai mais ter que gastar dinheiro com o presente de Dia dos Pais. Deixar de ter aquela obrigação nem mesmo está perto de compensar a incrível perda de um pai ou mãe. Da mesma maneira, poder dormir até tarde ou viajar não fornece conforto a alguém que quer uma criança desesperadamente. Não diga que há coisas piores que poderiam acontecer. Nestes mesmos termos, não diga a seus amigos que há coisas piores que poderiam acontecer do que o que eles estão passando. Quem é a autoridade final sobre qual é a “pior” coisa que poderia acontecer a alguém? É passar por um divórcio? Ver alguém querido morrer? Ser estuprada? Perder um emprego? Pessoas diferentes reagem a diferentes experiências de vida de maneiras diferentes. Para alguém que treinou a vida inteira para participar das Olimpíadas, a “pior” coisa que poderia acontecer é um ferimento na semana anterior ao evento. Para alguém que deixou a carreira para se tornar uma dona de casa por 40 anos após o casamento, ver seu marido trocá-la por uma mulher mais nova pode ser a “pior” coisa. E para uma mulher cujo único objetivo de vida é amar e nutrir uma criança, a infertilidade pode sim ser a “pior” coisa que poderia acontecer. As pessoas jamais sonhariam em dizer a alguém cujo pai acabou de morrer, "Poderia ser pior, seu pai e sua mãe poderiam estar mortos”. Tal comentário seria considerado cruel e não reconfortante. Do mesmo modo, não diga à sua amiga que ela poderia estar passando por coisas piores na vida do que a infertilidade. Não diga que eles não foram feitos para ser pais. Uma das coisas mais cruéis que alguém já me disse foi: "Talvez Deus não queira que você seja mãe”. Quão inacreditavelmente insensível é insinuar que eu seria uma mãe tão ruim que Deus achou melhor me “esterilizar divinamente”. Se Deus estivesse no ramo da esterilização das mulheres no plano divino, você não acha que ele preveniria as gravidezes que terminam em abortos? Ou então não esterilizaria as mulheres que terminam por negligenciar e abusar de seus filhos? Mesmo que você não seja religioso, os comentários do tipo “talvez não seja para ser” não são reconfortantes. A infertilidade é uma condição médica, não uma punição de Deus ou da Mãe Natureza. Não pergunte porque eles não tentam a FIV. A Fertilização In Vitro (FIV) é um método no qual a mulher retira vários óvulos, que são então combinados com o esperma do parceiro num recipiente especial para cultura. Este é o método que pode produzir nascimentos múltiplos. As pessoas freqüentemente perguntam, “Por que você não simplesmente tenta a FIV?" da mesma maneira casual como perguntariam “Por que você não tenta comprar numa outra loja?” Há muitas razões pelas quais um casal escolheria NÃO ir por este caminho. Aqui estão algumas delas.
A FIV é cara e com baixas possibilidades. Um ciclo de FIV é muito caro. Com toda a publicidade na mídia, a maioria das pessoas assume que a FIV é uma coisa certa, quando na verdade, as chances de sucesso para cada ciclo são baixas. A maioria dos casais não tem condições de tentar por um mês, quem dirá por vários ciclos. Considerando-se que também custa muito dinheiro adotar um bebê, muitos casais optam pela “opção garantida” ao invés de arriscar seu dinheiro em possibilidades tão pequenas. A FIV é fisicamente difícil. Passar por um tratamento de FIV é muito rigoroso. A mulher deve injetar hormônios em sua coxa diariamente que farão com que seus ovários “super ovulem”. As drogas usadas são bastante pesadas para a mulher, e podem fazer com que ela fica extremamente sensível. A FIV traz questões éticas. Ironicamente, os casais que passam pela FIV para serem pais podem ter que abortar seletivamente um ou mais fetos se múltiplos óvulos tiverem sido fertilizados. Muitos casais não conseguem decidir por abortar um bebê quando lutaram tanto para serem pais. Se o casal optar por não abortar, eles correm o risco de ter filhos aos múltiplos. Não ofereça sua opinião sem que ela tenha sido solicitada caso eles estejam tentando a FIV. Do outro lado da moeda, jamais ofereça opiniões não solicitadas aos seus amigos que optaram por tentar a FIV. Para muitos casais, a FIV é a única maneira pela qual terão um bebê. É uma decisão enorme a ser tomada, por todas as razões que já expliquei anteriormente. Se o casal já resolveu suas questões éticas, não estrague tudo. A FIV é uma área cinzenta em muitos círculos éticos, e muitos dos nossos líderes morais ainda não sabem como responder às questões éticas que surgiram com o advento desta nova tecnologia. Se o casal já resolveu estas questões, você só tornará as coisas mais difíceis trazendo o assunto à tona novamente. Respeite a decisão deles, e ofereça seu apoio. Se você não consegue oferecer apoio devido a diferenças de opinião sobre ética, não diga nada. Um casal que escolha passar pela FIV tem um caminho difícil e caro pela frente, e eles precisam de seu apoio mais do que nunca. Os hormônios não são brincadeira, e o custo financeiro é imenso. Seus amigos não estariam escolhendo esta rota se houvesse um caminho mais fácil, e o fato de estarem dispostos a suportar tanto é mais uma prova do quanto desejam se tornar pais de uma criança. Os hormônios tornarão a mulher mais emotiva, então ofereça seu apoio e mantenha suas perguntas para você. Não brinque de médico. Uma vez que seus amigos estejam sob os cuidados de um médico, o médico fará inúmeros testes para determinar porque eles não conseguem engravidar. Há muitas razões pelas quais um casal não consegue engravidar. Aqui estão algumas delas:·
Trompas de Falópio bloqueadas·
Cistos·
Endometriose·
Baixos níveis hormonais·
Baixa contagem de esperma de “formas normais”·
Baixo nível de progesterona·
Baixa contagem de espermatozóides·
Baixa Mobilidade dos Espermatozóides·
Paredes uterinas finas
A infertilidade é um problema complicado de diagnosticar, e ler um artigo ou um livro sobre isso não o transformará num “expert” no assunto. Deixe que seus amigos trabalhem com o médico deles para diagnosticar e tratar o problema. Seus amigos provavelmente já sabem mais sobre as causas e soluções da infertilidade do que você jamais saberá. Você pode achar que está ajudando lendo sobre a infertilidade, e não há nada de errado em aprender mais sobre o assunto. O problema aparece quando você tenta “brincar de médico” com seus amigos. Eles já têm um médico com anos de experiência em diagnosticar e tratar o problema. Eles precisam trabalhar com ele e confiar que o médico deles pode tratar o problema. Você apenas complica as coisas quando despeja outras idéias sobre as quais leu. O médico sabe mais sobre as causas e soluções; deixe seus amigos trabalharem com o médico deles para resolver o problema. Não seja grosseiro. É horrível que eu tenha que incluir este parágrafo, mas alguns de vocês precisam ouvir isso – não faça piadas grosseiras sobre a posição vulnerável de seus amigos. Comentários grosseiros do tipo “Eu doarei o esperma" ou "Tenha certeza de que o médico usará o seu esperma mesmo para a inseminação" não são engraçados, e apenas irritam seus amigos. Não reclame da sua gravidez. Esta mensagem é para as mulheres grávidas – apenas estar ao seu redor já é muito doloroso para suas amigas inférteis. Ver sua barriga crescer é um lembrete constante do que sua amiga não pode ter. A não ser que a mulher com problemas de infertilidade planeje passar o resto de sua vida numa caverna, ela deve encontrar uma maneira de interagir com mulheres grávidas. Entretanto, há algumas coisas que você pode fazer como sua amiga para tornar as coisas mais fáceis. A regra número um é NÃO RECLAME DA SUA GRAVIDEZ. De acordo com minhas amigas, quando você está grávida, seus hormônios ficam loucos e você passa por muitos desconfortos, tais como enjôos, estrias e fadiga. Você tem todo o direito de reclamar sobre os desconfortos para qualquer pessoa na sua vida, mas não coloque sua amiga infértil na posição de confortá-la. Essa sua amiga daria qualquer coisa para passar pelos desconfortos que você está passando porque estes desconfortos vêm de um bebê crescendo dentro de você. Quando eu ouvia uma mulher grávida reclamar sobre os enjôos matinais, eu pensava, "Eu ficaria feliz em vomitar nove meses seguidos se isso significasse que eu iria ter um bebê”. Quando uma mulher grávida reclamava dos quilos a mais, eu pensava “Eu amputaria um braço se pudesse estar no seu lugar”. Eu conseguia participar de chás de bebê e ir a hospitais visitar os bebês recém nascidos de minhas amigas, mas era difícil. Sem exceções, era difícil. Compreenda as emoções de sua amiga infértil, e dê a ela a permissão de que precisa para ficar feliz por você, enquanto ela chora por ela mesma. Se ela não conseguir segurar seu bebê recém nascido, dê tempo a ela. Ela não está rejeitando você ou o bebê; ela está apenas tentando trabalhar a dor que sente antes demonstrar a sincera felicidade que sente por você. O fato de que ela esteja disposta a sentir esta dor para celebrar a chegada de seu novo bebê fala muito sobre o quanto a sua amizade significa para ela. Não os trate como se fossem ignorantes. Por alguma razão, as pessoas parecem pensar que a infertilidade faz com que os casais se tornem irrealistas sobre as responsabilidades de ser pais. Eu não entendo a lógica, mas muitas pessoas me disseram que eu não me importaria muito com um filho se eu soubesse a responsabilidade que estava envolvida em ser mãe. Vamos encarar – ninguém pode saber realmente as responsabilidades envolvidas em ser pais até que sejam, eles mesmos, pais. Isto é verdade quer você tenha conseguido conceber após um mês ou dez anos. A quantidade de tempo que você passa esperando por este bebê não influencia na sua percepção de responsabilidade. Mais ainda, as pessoas que passam mais tempo tentando engravidar têm mais tempo para pensar nestas responsabilidades. Elas provavelmente também já estiveram perto de muitos bebês enquanto seus amigos iniciavam suas famílias. Talvez parte do que influencia esta percepção seja que os casais inférteis têm um tempo maior para “sonhar” sobre como será quando forem pais. Como qualquer outro casal, nós temos nossas fantasias – meu filho vai dormir a noite toda, jamais fará escândalos em público, e sempre comerá legumes e verduras. Deixe-nos ter nossas fantasias. Estas fantasias são algumas das poucas recompensas que temos como futuros pais – deixem-nos com elas. Vocês podem nos olhar com aquela cara de “eu te disse” quando nós descobrirmos a verdade mais tarde. Não faça fofocas sobre a condição de seus amigos. Os tratamentos para infertilidade são muito particulares e embaraçosos, razão pela qual muitos casais escolhem passar por eles em segredo. Os homens especialmente não gostam que as pessoas saibam dos resultados de seus testes, como a contagem de esperma. As fofocas sobre a infertilidade geralmente não são mal intencionadas. Os fofoqueiros são pessoas bem intencionadas que estão apenas tentando descobrir mais sobre a infertilidade para que possam ajudar seus entes queridos. Independentemente do porquê você está repassando esta informação para outra pessoa, machuca e envergonha sua amiga descobrir que a Maria, a caixa do banco, sabe qual a contagem de esperma do seu marido e quando a sua próxima menstruação vai chegar. A infertilidade é algo que deve ser mantida tão particular quanto a sua amiga desejar. Respeite sua privacidade, e não repasse nenhuma informação que sua amiga não tenha autorizado. Não insista na idéia de adoção (ainda. A adoção é uma maneira maravilhosa de casais inférteis se tornarem pais. (Como uma mãe adotiva, eu posso com certeza afirmar isto!!) Entretanto, o casal precisa resolver várias questões antes de estarem prontos para se decidir pela adoção. Antes que eles possam tomar a decisão de amar o “bebê de um estranho”, eles precisam primeiro passar pelo luto do bebê que teria os olhos do papai e o nariz da mamãe. Os assistentes sociais que trabalham com adoção reconhecem a importância deste processo de luto. Quando meu marido e eu fomos para a entrevista inicial do processo de adoção, nós esperávamos que a primeira pergunta que ouviríamos fosse: “Por que vocês querem adotar um bebê?”. Ao invés disso, a pergunta foi: “Vocês já superaram a dor de não poder ter seu filho biológico?" Nossa assistente social enfatizou a importância de se fechar uma porta antes de se abrir a outra. Você precisa, de fato, superar esta perda antes de estar pronto para o processo de adoção. O processo de adoção é muito longo e caro, e não é uma estrada fácil. Por isso, o casal precisa ter certeza de que pode abrir mão da esperança de um filho biológico e que pode amar uma criança adotada. Isto leva tempo, e alguns casais jamais poderão chegar a este ponto. Se seus amigos não puderem amar um bebê que não seja o deles, então a adoção não é a decisão mais acertada para eles, e certamente não é a decisão mais acertada para o bebê. Mencionar a adoção casualmente pode ser um conforto para alguns casais. (As únicas palavras que me ofereceram algum conforto vieram da minha irmã, que disse, “Quer seja pela gravidez ou pela adoção, você será mãe um dia".) Entretanto, “forçar” o assunto pode frustrar seus amigos. Então, mencione a idéia casualmente se parecer apropriado, e então deixe pra lá. Quando seus amigos estiverem prontos para falar em adoção, eles mesmos levantarão a questão. Então, o que você pode dizer para seus amigos inférteis? A não ser que você diga "Eu te darei este bebê”, não há nada que você possa dizer que apagará a dor deles. Então, tire esta pressão de cima de seus ombros. Não é seu trabalho acabar com a dor deles, mas há muito que você pode fazer para diminuir o peso da jornada. Aqui estão algumas idéias. Deixe que eles saibam que você se importa com elesA melhor coisa que você pode fazer é mostrar aos seus amigos inférteis que você se preocupa com eles. Mande cartões. Deixe-os chorar em seu ombro. Se eles são religiosos, deixe que eles saibam que você está rezando por eles. Ofereça o mesmo apoio que você ofereceria a um amigo que acabou de perder um ente querido. Apenas o fato de saberem que podem contar com você diminui o peso da jornada e faz com que eles saibam que eles não vão passar por isto sozinhos. Lembre-se deles no dia das mães e dos paisCom toda a atividade nestas datas, as pessoas tendem a se esquecer dos casais que não podem ter filhos. Estas datas são um período extremamente difícil para estes casais. Não há como escapar: há comerciais na TV, pôsteres nas lojas, missas nas igrejas para celebrar estas datas, e até mesmo os planos de celebração com a família. Estas datas são importantes, e eu agora, como mãe, as aprecio muito. Entretanto, era muito difícil para mim quando eu estava esperando pelo meu bebê. Lembre-se de seus amigos inférteis nestas datas, e envie um cartão para eles para que eles saibam que você está pensando neles. Eles apreciarão saber que você não os “esqueceu”. Apóie a decisão deles de parar com os tratamentosNenhum casal pode suportar tratamentos de infertilidade para sempre. Em algum ponto, eles vão parar. Esta é uma decisão agonizante para se tomar, e envolve ainda mais dor. Mesmo que o casal escolha dotar um bebê, eles precisam primeiro chorar pela perda do bebê que teria tido os olhos do papai e o nariz da mamãe. Uma vez que o casal tenha tomado a decisão de parar com os tratamentos, apóie sua decisão. Não os encoraje a tentar novamente, e não os desencoraje da adoção, se esta for a opção deles. Uma vez que o casal tenha atingido esta resolução (que seja viver sem filhos ou adotar uma criança), eles poderão finalmente encerrar este capítulo. Não tente abri-lo de novo.

20 comentários:

Robertha disse...

Oi querida!
Esse texto é mesmo muito legal!
Engraçado que após tantas lutas fiquei estranhamente assustada qdo me descobri grávida de quadrigêmeos. Achei que não era uma coisa legal... Mas hoje, pensando em tudo que passei e vendo tantas lutas de outras amigas como vc percebo que tenho motivos pra comemorar! Realmente recebi um enorme presente e não posso me esquecer disso.
Abraços e muita sorte!

Susana Pina disse...

De facto aqui está tudo o que todas as pessoas que não passam pela infertilidade precisam saber. Pode ser que agora já sejamos compreendidas por mais umas quantas pessoas.
Obrigada por este texto magnifico que descreve na integra tudo o que um casal sofre com esta doença.
Um bj grande para ti Martinha
susana

Nina disse...

Eu tive 2 casais amigos bem próximos : os padrinhos do Gui e um casal de quem gostas particularmente. Curiosamente,tudo levaria a crer que só um milagre os levaria a ser pais e,quando já falavam em TTS E Fivs, na quase certeza que nenhum desses tratamentos lhes traria um filho, a gravidez/milagre aconteceu!
Há coisas verdadeiramente incríveis!
Tão próxima como estou dos dois casais, não mais esquecerei o brilho no olhar pelos sintomas de gravidez que a medicação originava, e a agonia das palavras e o olhar apagado, no momento dos negativos. O que será passar por fivs e tts?
Beijinhos, querida amiga

Unknown disse...

Olá

e assim ficamos muito mais esclarecidas sobre o que é afinal a infertilidade... porque hoje em dia toda a informação é nececssária e importante...

bjinhos karinhosos
karoxinha

Unknown disse...

miga confesso que nao li ate ao fim pois estou com a mara ao colo e nao para..
mas deixo-te umas jokas fofas

sotto le stelle disse...

Amiga não deu para ler tudo porque estou no trabalho, mas gostei do pouco que li...

Boa semana.

Beijinhos carinhosos

Lita disse...

Olá amiga
já conhecia o texto e até imprimi e "ofereci" a algumas colegas aqui do serviço! Uma ficou muito agastada mas, as noutras duas leram e compreenderam!

Às vezes gostava de o "oferecer" a mais umas quantas pessoas!!
Há um ditado índio que diz "Nunca condenes o teu vizinho sem antes andares 7 dias e 7 noites com as suas sandálias."

A verdade é que as pessoas têm uma enorme falta de sensibilidade para esta questão porque, afortunadamente a maioria tem os filhos quando quer e nem sonha o que vive um casal que quer um filho e não o pode ter!

Resta-nos continuar a acreditar que a nossa vez há-de chegar!

Beijinhos grandes
Lita

-=|†¡††ä|=- disse...

lindo texto. Um grande beijo nosso e continuamos ctg...

Clara disse...

Merece mesmo 1 post e uma leitura mais detalhada de cabeceira para mta malta.

Amiga, como vais?

Bjs

Cakuxa disse...

Simplesmente está aqui escrito o que realmente passamos e vivemos o dia a dia!

Acho que vou copiar e vou por no meu blog... é uma realidade que poucos sabem!

Um grande beijinho e um dia vamos conseguir!
Cakuxa

Alexandra disse...

Fiquei...

bom acho que só mesmo quem passe por isso poderá sentir a 100%

só espero que um dia tu consigas realizar esse teu sonho

um beijo de esperança

Cláudia, Pimpo e Pimpa disse...

Quase todos os dias passo no teu blog, e vi este post mas pensei que tinha de guardar a sua leitura para um dia em que estivesse menos atrapalhada. Foi hoje esse dia!
Eu não sofro nem nunca sofri de infertilidade! Mas leio-te a a outros blogs e tento compreender-vos e confortar-vos na medida do possível quando o resultado é negativo. Sei que as minhas palavras não servem de grande coisa para pelo menos, assim espero, que sirvam para saberes que mais alguém te ouve mais alguém te lê e te tenta acompanhar e confortar. Não consigo imaginar o sofrimento que não deve ser... Só quero que saibas que aprendi muito com este teu post e que um dia quando fores Mãe quero estar deste lado a felicitar-te. (desculpa o comentário extenso).
Bjs Cláudia

Babisonho disse...

Beijos, boa semana! e que a nossa caminhada seja curta!

Nykita disse...

olá,
palavras verdadeiras , acho k mta gente devia de ler este texto para perceber melhor o mundo da infertilidade e ñ nos julgar como mtas x acontece.

beijokas gandes

sonia disse...

Olà!
Li tudinho tudinho e chego à conclusão que cada caso é um caso. A minha melhor amiga acabou de fazer a fecundação in vitro...e conseguiu à primeira!!!
Queria apenas dar ânimo e coragem àquelas que ainda não tentaram e que gostavam de tentar. A F.vai ter o bébé em Julho e està tudo a correr às mil maravilhas, desde o inicio. Foi em Lisboa, mas isso muitas jà devem saber...força força, sim?
beijinhos

Raio de Sol disse...

... ainda estou arrepiada...

beijokas

Anna72 disse...

Li o texto de uma ponta à outra. Excelente!

Beijocas

Moranguinha disse...

Vou escrever de coração.
Nunca tinha lido um texto assim sobre a infertilidade. Muitas vezes leio sobre o assunto mas felizmente fui abençoada por uma gravidez sem complicações apesar de numa altura da minha vida ter tido problemas hormonais e julgar não poder vir a ser mãe.
Tenho casais amigos inferteis e nunca soube como reagir com eles. Se por um lado não tocava no assunto, ficava preocupada com eles e tal como toda a gente, acabei por dar opinião a tentar incentivá-los a fazer tratamentos. Ignorancia minha. Agora percebo-o.
Se por outro lado não queria tocar no assunto para não estar a relembrá-los parecia-me que eles levariam em como eu não estava preocupada. É um dilema também para nós que lidamos com amigos nesta situação.
Um destes casais meus amigos conseguiu o seu positivo faz agora 3 meses. Fiquei eufórica e agora falo com eles quase diariamente pois estão constantemente a retirar duvidas sobre a gravidez e desenvolvimento do bebe.
No entanto até terem o positivo confesso que me custava abordá-los pois o meu filho tem 8 meses. E imagino o que lhes custava lidar com isto.
Tal como muitas vezes leio o teu blog e não encontro palavras para responder e fico sensibilizada por encontrares força para postares no nosso.
Admiro-te muito nisso. És uma valente!
Adorei este post e li-o todinho até ao fim pois absorveu-me. Acho que muita gente deveria ter acesso a ele.
Como tal vou fazer um link a ele no nosso blog se não te importares.
Beijões e força que estamos cá para vocês SEMPRE mesmo quando silenciosos!

Anónimo disse...

O Texto é maravilhoso!Ilustra exatamente a dor e a tristeza de se conviver com a infertilidade.Ainda não tinha achado algo que expresse tão fielmente oq vivo em meu dia dia.Tenho 26 e tenho endometriose, estamos em um grande conflito quanto a FIV.Realmente é doloroso demais descartar embriões qd se luta tanto por eles.
Parabéns
Helene Mochetti tatsch

Maria disse...

Querida desconhecida,

Durante toda minha jornada de sofrimento nunca havia lido algo que me tocasse tanto. Nunca fui capaz de expressar com tanta verdade esses sentimentos que vc abordou. Nunca ninguém foi capaz de entender. Só quem passa por isso sabe a dor de enfrentar cada dia, a dor de ver a sua dor tão banalizada - diariamente, repetidamente. Os conselhos de "relaxe" e os exemplos de quem "relaxou" e conseguiu, citados diariamente, por diferentes pessoas, orgulhosas de suas "descobertas". Eu passei por tudo o que vc descreveu, todas as partes, menos a da adoção, um sonho que tive oportunidade de realizar nesta semana, mas que meu marido, egoisticamente, me negou. Obrigada pelas palavras, ao menos por um momento, ao ver minha dor integralmente reconhecida, me senti menos perdida.